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O que é a desregulação emocional?

Nas palavras da criadora da DBT, “A desregulação emocional é a incapacidade, mesmo quando os melhores esforços são aplicados, para alterar ou regular sinais emocionais, experiências, ações, respostas verbais e/ou expressões não verbais”(Linehan, 2018). Ela decorre de uma maior vulnerabilidade emocional, na qual o indivíduo tem alta sensibilidade aos estímulos emocionais, respostas mais intensas e lento retorno ao nível emocional basal. Além disso, há déficits na regulação de todas ou quase todas as emoções, e esses déficts aparecem como estratégias que a pessoa com desregulação usa, mas que não produzem regulação emocional efetivamente, como por exemplo agir impulsivamente em mente emocional.

TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BORDERLINE (TPB)

Esse diagnóstico é conhecido ter a intensa desregulação emocional como aspecto central, mas ele também é caracterizado por desregulação interpessoal, desregulação do Self, desregulação comportamental e desregulação cognitiva (Linehan, 2010). Atualmente, psiquiatras e psicólogos usam os critérios do DSM 5 para avaliar se um indivíduo tem esse diagnóstico. 

No DSM 5 (APA, 2014) os critérios diagnósticos são:

 

"Um padrão difuso de instabilidade das relações interpessoais, da autoimagem e dos afetos e de impulsividade acentuada que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por cinco (ou mais) dos seguintes:

 

  1.  Esforços desesperados para evitar abandono real ou imaginado. (Nota: Não incluir comportamento suicida ou de automutilação coberto pelo Critério 5.) 

  2. Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos caracterizado pela alternância entre extremos de idealização e desvalorização. 

  3. Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e persistente da autoimagem ou da percepção de si mesmo. 

  4. Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente autodestrutivas (p. ex., gastos, sexo, abuso de substância, direção irresponsável, compulsão alimentar). (Nota: Não incluir comportamento suicida ou de automutilação coberto pelo Critério 5.)

  5. Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de comportamento automutilante. 

  6. Instabilidade afetiva devida a uma acentuada reatividade de humor (p. ex., disforia episódica, irritabilidade ou ansiedade intensa com duração geralmente de poucas horas e apenas raramente de mais de alguns dias). 

  7. Sentimentos crônicos de vazio. 

  8. Raiva intensa e inapropriada ou dificuldade em controlá-la (p. ex., mostras frequentes de irritação, raiva constante, brigas físicas recorrentes). 

  9. Ideação paranóide transitória associada a estresse ou sintomas dissociativos intensos."


 

Apesar desses critérios, a avaliação de um transtorno de personalidade é complexa e demanda um profissional com treinamento específico. Então, procure sempre profissionais capacitados caso você se identifique com esses sintomas ou se você se encontra com algum sofrimento mental.

Referências

Associação Americana de Psiquiatria (2014). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. DSM-V. 5.ed. Tradução Dayse Batista. Porto Alegre: Artmed.

Linehan, M. (2018). Treinamento de habilidades em DBT: manual de terapia comportamental dialética para o paciente. 2. ed. Porto Alegre: Artmed.

Linehan, M. (2010). Terapia Cognitivo-Comportamental para Transtorno da Personalidade Borderline: Tratamentos que Funcionam: Guia do Terapeuta. Artmed Editora.

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